Distruktur

Proyecto #3

Distruktur

(Melissa Dullius, Porto Alegre, 1981 / Gustavo Jahn, Florianópolis, 1980)

En el ejercicio de escribir, ¿emergió algo que descolocó sus propias certezas sobre la práctica o sobre sí mismxs como artistas? ¿Qué tipo de hallazgos o resistencias aparecieron en ese desplazamiento hacia la palabra?

Melissa: A escrita é uma prática pela qual tenho muito respeito e sinto também muito medo de começar a escrever. No trabalho de texto como Distruktur, muitas vezes, eu partia de uma proposta do Gustavo, e contribuía. Dessa vez, nessa escrita, foi diferente. Participei da criação da base do texto, não somente trabalhando algo já traçado. Isso me transformou bastante. O desafio foi só o instante de sentar e começar. Depois, não houve mais resistência. Foi um processo organizado e novo.

¿El texto dialoga con los temas y preocupaciones de su obra o inaugura un territorio que no habían explorado antes en su práctica?

Gustavo: O texto se relaciona com aspectos importantes da nossa obra, principalmente a questão do espaço. No texto tem um personagem importante que é a cidade e o seu espaço público. Em seguida surge a questão de como esse espaço vai dar margem pro jogo, pros encontros, pras possibilidades: de encenação, de diálogo, de se perder; esse lugar é também um espaço imaterial, do sonho, que vai irrigar a realidade, e essa é uma maneira de pensar que molda nossos filmes e nosso trabalho.

¿Qué impulso, necesidad o curiosidad dio origen a este texto?

M: O impulso foi o convite para produzir um texto que fosse puro texto. Que não fosse acompanhado de ilustração, que tivesse a forma original de texto.

Nós partimos de anotações sobre cenas para um roteiro nunca filmado, algo fragmentado e já muito antigo. Decidimos então escrever ‘Time Exchanges’ para o livro ‘América’, desenvolvendo aquelas cenas, mas não de forma cinematográfica e descritiva, e sim de uma maneira literária. Isso foi uma coisa nova para mim, que nunca tinha escrito com essa intenção literária.

¿Cómo se articula este texto dentro de su práctica artística? ¿Lo entienden como una prolongación conceptual de su trabajo o como un espacio autónomo que se articula desde otra lógica?

G: Dentro desse campo, no limite da superfície da página, eu não vejo uma diferença tão grande em relação ao modo como a gente opera quando faz um filme ou uma foto. É mais uma ideia de deslocamento: transpor a nossa maneira de trabalhar para esse domínio e essa dimensão do texto literário.

Si su texto tuviera una traducción visual —una imagen, un movimiento, un objeto—, ¿cómo sería?

M: Ao ouvir a pergunta vi uma imagem bem clara e definida. Um plano do nosso filme ‘In the Traveler’s Heart’, aquele do estandarte. O texto estaria num rolo, por isso ele seria vertical, não teria páginas. Seria como um pergaminho, um estandarte, um papiro. Mais um estandarte, estendido. Fincado no chão. Você lê ele como os dez mandamentos, sabe?

¿Qué esperan que encuentre el lector en su texto?

G: Que as pessoas tenham o prazer da leitura, que entrem no universo do texto e se apropriem desse universo, preenchendo com as suas próprias vivências as lacunas, os personagens, os sentimentos que estão ali sugeridos, que se desenham entre as linhas. Acho que essa é a grande coisa da literatura, é a possibilidade de realmente co-criar. Mais do que em qualquer outra expressão artística, é o livro, o texto, e sobretudo o texto de ficção que permite essa co-criação entre quem está lendo e quem escreveu.